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Manuela Carneira da Cunha

Portugal

Manuela Carneiro da Cunha é professora de Antropologia na Universidade de Chicago desde 1994. Estudou Matemática e depois Antropologia em Claude Lévi — Strauss. Foi professora titular na USP e na UNICAMP, onde se doutorou. Entre 1986 e 1988 foi presidente da Associação Brasileira de Antropologia, e atualmente é membro da Academia Brasileira de Ciências. Trabalhou com questões sobre sociedades indígenas da Amazônia — sua história e da legislação indigenista brasileira — e agora dedica-se especialmente a questões de direitos intelectuais de populações tradicionais. Entre seus livros figuram Os Mortos e os Outros, Negros, estrangeiros, uma obra sobre os escravos alforriados no Brasil e sua volta à África Ocidental, Os direitos do Índio e Antropologia do Brasil. Organizou o livro História dos Índios e do Indigenismo no Brasil e, juntamente com Mauro de Almeida, outro sobre os conhecimentos tradicionais de índios e seringueiros do Alto Juruá, no Acre, A Enciclopédia da Floresta.

Marilda Aparecida Delegais

Brasil

Maria Aparecida Delegais é cozinheira e filha-de-santo. Com 18 anos de experiência em culinária, trabalhou em bufês e restaurante e atualmente cozinha no Estúdio Oficina — Paraíso, banquetando José Celso e seus convivas. Tem habilidades em culinária vegetariana, japonesa, alemã e massas em geral, incluindo receitas próprias. Filha e Amante de Santo, há 34 anos na Umbanda e 6 no Candomblé, dedica sua acolhida e aprendizado religioso ao Pai-de-santo Alamassangi. Em sua longa caminhada espiritual, aprendeu a cozinhar comida para os santos, principalmente na Umbanda. Destaca-se em seus dotes culinários ofertados aos Orixás o preparo de acarajés, vatapás, abarás, frangos, bodes, cabritos e mulucuns. Ressalta que o Bori preparado para o EIA! é símbolo daquele sagrado que é feito para o Orixá. Um ‘Bori D’Água’.

Suely Rolnik

Brasil

Suely Rolnik, brasileira, é psicanalista, ensaísta e professora titular da pós graduação em Psicologia Clínica da PUC/SP, onde coordena o Núcleo de Estudos da Subjetividade Contemporânea. Exilou-se em Paris por dez anos (1970-79), onde diplomou-se em Filosofia, Ciências Sociais e Psicologia e teve uma formação psicanalítica. É desta época, o início de sua relação com Deleuze e Guattari, quando traduziu parte de sua obra para o português, além de publicar, com Guattari, um livro, clínica de La Borde e dos movimentos que agitaram a Psiquiatria nos anos 70. Data também deste período sua amizade com a artista brasileira Lygia Clark, cuja última obra, Estruturação do Self, foi tema de sua tese na França (1978) — e de um texto da artista publicado com sua colaboração (1980), além de uma pesquisa que vem desenvolvendo em vários textos e que hoje é o foco de uma exposição de sua curadoria no Musée de Beaux-Arts de Nantes. O tema principal de Rolnik são as políticas de subjetivação na atualidade, tratadas de um ponto de vista contemporânea em sua interface com a política e a clínica.

Tadeu Jungle

Brasil

Tadeu Jungle formou-se em rádio e Televisão na ECA-USP e fez mestrado na San Francisco State University, Estados Unidos. No final dos anos 70 indicou o movimento de graffitti poético nos muros da cidade de São Paulo. É co-fundador do grupo de vídeo experimental TVDO. Participou da XXIV Bienal Internacional de São Paulo. Tem vários trabalhos dentro da coletânea “Made in Brasil, três décadas de vídeo brasileiro”. Foi o apresentador do programa A Fábrica do Som na TV Cultura, SP, que revelou uma nova safra de músicos e compositores como Titãs e Ultraje a Rigor. Escreveu a primeira coluna especializada em vídeo na imprensa diária (Folha de S. Paulo) e fundou a primeira escola de vídeo do país. Dirigiu 4 DVDs de peças do Teatro Oficina, sob a direção de Zé Celso Martinez Corrêa. Desde 1992 dirige filmes publicitários e videoclipes e hoje é sócio da produtora Academia de filmes. Desde 2000 realiza trabalhos sobre o suporte fotográfico, tendo um projeto na internet em andamento há 2 anos: www.tadeujungle.com.br/segunda .

Victor Lema Riqué

Uruguai

Victor Lema Riqué nasceu em Montevideo, Uruguai, e lá realiza seus estudos, até a universidade. Em 1979 ganha uma bolsa de estudos na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). A partir de 1989 começa a expor seus trabalhos em galerias e museus da América Latina, Europa e Estados Unidos. Entre 1991 e 1995 divide sua residência entre São Paulo e Paris, onde passa longas temporadas produzindo e expondo seus trabalhos. Depois de 1997, quando apresenta a exposição Mistério no Bairro: O Famoso do Caso do Maníaco da Caixa de Fósforos, seu trabalho toma um rumo multimídia, que é atualmente seu método de trabalho. Cria a produtora experimental e independente Tormenta. De forma paralela tem realizado outros trabalhos com a direção da exposição O Mundo de Jean Cocteau (FAAP, 1997), a direção de arte do curta-metragem “Uma História de Futebol”, várias vezes premiado e selecionado ao “Oscar” da categoria. Também escreve artigos para jornais e revistas.

Walter Silveira

Brasil

Walter Silveira nasceu em São Paulo em 1955. Graduou-se em Rádio e TV pela ECA/USP; atua como profissional de televisão e diretor de programas, é artista gráfico e videopoeta. Na área de TV, fundou a primeira escola de vídeo da país, “The Academia Brasileira de Vídeo”. Como videoartista, vem realizando projetos experimentais com suporte eletrônico desde 1977. Vários vídeos de Walter Silveira integram a coletânea “Made in Brasil — 30 anos da vídeo-arte no Brasil”, organizada por Arlindo Machado. Participou da XVII e da XXIV Bienais Internacionais de São Paulo, da “II Bienal do Mercosul” em 1998, e do “Salão do Livro de Genebra” em 2002, em evento dedicado aos 50 anos de Poesia Concreta. Em 2001 publicou o livro “Posterbook Walt B. Blackberry”, e em 2003 participou da exposição “Palavras Extrapolada”, no Sesc Pompéia. Campos desenvolveu o espetáculo intermídia “Poesia é Risco”, apresentado desde 1996 em várias cidades brasileiras, na França Suíça, Holanda e Estados Unidos. Em 2004 expõe na “Arte e Meios”, no Instituto Cultural Itaú. Em 2005, no Rio de Janeiro, participou da exposição “Corpos Virtuais” no Centro Cultural Telemar. Em Campinas, expôs no Espaço Cultural CPFL, na mostra “Afinidades Eletivas”. Atualmente, em conjunto com outros artistas se apresenta no espetáculo de poesia, música e imagem “POEMIXBR”.

Zé Celso Martinez Correa

Brasil

Zé Celso Martinez Corrêa é diretor, ator e dramaturgo. Já encenou mais de 50 espetáculos e foi um dos fundadores do Teatro Oficina, uma das companhias brasileiras mais importante e atenta à realidade. Hoje a companhia dirigida por Zé Celso é o Teatro Oficina Uzyna Uzona, que recentemente fez uma temporada de sucesso no Volksbuhne, em Berlim. Na década de 1960, encenou espetáculos considerados antológicos, tais como “Pequenos Burgueses”, “Roda Viva” e “Na Selva das Cidades”. Em 1967, após um incêndio no Teatro Oficina, o diretor monta O Rei da Vela, peça de Oswald de Andrade — posteriormente transformada em filme pelo próprio Zé Celso. A montagem é um marco histórico, influencia toda uma geração e pode ser considerada um “divisor de águas” da cultura brasileira. Fechado desde 1974, o Teatro Oficina é reinaugurado em 1993 — após reforma assinada pela arquiteta Lina Bo Bardi — com a estréia de Ham-let, uma adaptação contemporânea do texto de Shakespeare.  Em 1995 monta Mistérios Gozozos de Oswald de Andrade, em 1996 As Bacantes, de Eurípedes, e em 1999 Cacilda!, de sua autoria. Em 2001, José Celso inicia a realização de um sonho antigo, a montagem na íntegra do épico de Euclides da Cunha, através da estréia da primeira parte de Os Sertões, “A Terra”, e segue com “Os Sertões — O Homem I — Do Pré Homem a Revolta”, “Os Sertões — O Homem II — Da Revolta ao Trans-Homem”, e “Os Sertões — Aluta I”. Atualmente, ensaia “Os Sertões — A Luta II”.

Revistas Re-Vistas: Os Antropófagos

por Augusto de Campos

“Cette branche trop
negligée de l’anthropophagie ne se
meurt point, l’anthropophagie n’est point morte.”
(Alfred Jarry, “Anthropophagie”, 1-3-1902)
“Para comer meus
próprios semelhantes Eis-me sentado à mesa.”
(Augusto dos Anjos, Eu, 1912)

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Das revistas ligadas ao Modernismo, as mais características e representativas foram KLAXON e a REVISTA DE ANTROPOFAGIA, ambas publicadas em São Paulo.

Tivemos em 1972 a reedição de KLAXON, reproduzindo fascsimilarmente, com capas e cores, os nove números originais, que apareceram entre maio de 1922 e janeiro de 1923.

Da REVISTA DE ANTROPOFAGIA, até aqui a mais desconhecida, e sem dúvida a mais revolucionária do nosso Modernismo, não havia esperança de republicação. Jose Luis Garaldi — garimpador dessas raridades — descobriu uma coleção quase completa da revista, que fora de Tarsila, agora pertencente a Oswaldo Estanislau do Amaral Filho, sobrinho da grande pintora. (more…)

Acaba de Chegar ao Brasil o Bello Poeta Frances Blaise Cendrars

BR / Sonoro / Documentário / 1972
42 min / cor e BP/ 35mm

Produção, roteiro e direção: Carlos Augusto Calil

Reconstituição, através de fotos, filmes e textos, da chegada ao Brasil do poeta Cendrars, em 1924. Homenagens recebidas, visitas pelo país e o desejo de realizar um “filme 100 por cento brasileiro”. Depoimentos de figuras que conviveram com a intensidade do núcleo de artistas modernistas: Tarcila do Amaral, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Di Cavalcanti. Cenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Fazenda São Martinho e a Revolução de 1924, colhidas por Luís da Silva Prado, Humberto Caetano e M. Dias. Cenas do filme Les Heures Chaudes de Montparnasse. Referência a Aleijadinho e Febrônio Indio do Brasil. “O filme reconstitui através de documentos de época (fotos, filmes) a chegada do poeta ao Brasil em fevereiro de 1924. São Paulo é a segunda etapa da viagem, após a descida no Rio e a recepção de Graça Aranha. Em São Paulo é saudado ferozmente por Mario de Andrade. Convive com os modernistas em ambientes finos e aristocráticos, homenageado em jantares. É convidado a fazer conferências na provinciana capital paulista. Viaja ao interior do estado, sendo recebido em fazendas de café, que o impressionam vivamente. Assiste ao carnaval do Rio e percorre o roteiro barroco das Minas Gerais: Congonhas do Campo, Sabará, São João del Rei. Estas experiências são revividas através de depoimentos de amigos brasileiros: Tarsila do Amaral, os escritores Prudente de Morais Neto e Sérgio Buarque de Hollanda e a viúva de Paulo Prado, D. Marinette Prado. Julho de 1924: estoura a revolução do general Isidoro Dias Lopes. A revolução impede Cendrars de realizar “um filme 100% brasileiro”. As atualidades da época revivem o episódio. Retornando a Paris, Cendrars transforma-se no embaixador do modernismo brasileiro, convivendo estreitamente com Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Paulo Prado, durante a década de 20″. (Embrafilme/Arquivo CGV)

Amar de Bárbara

BR / Sonoro / Documental / 2004
5 min / cor / Vídeo
Direção e argumento: Rudá K. Andrade e Sylvio do Amaral Rocha

Vídeo Poema abordando a relação de Oswald com a poeta Julieta Bárbara Guerrini.

Baile Perfumado

BR / Sonoro / Ficção /1996
93min / Cor e PB / 35mm

Direção: Paulo Caldas e Lírio Ferreira

Cinebiografia do libanês Benjamin Abrahão, o único a filmar Lampião e seu bando. O filme mostra desde a morte do Padre Cícero até a morte de Lampião e enfoca o aburguesamento do cangaço e a modernização do Sertão.

Elenco: Grupo de Teatro dos Economiários de PE-GTEAPE, Grupo Municipal de Teatro de Pão-de-Açúcar, Adão Pinheiro, Alexandre Figueirôa, Ana Maria Lima, Anamaria Sobral, Aniceto Ferreira, Auricéia Fraga, Beto Lopes, Bóris Trindade Jr., Carmen Lúcia Freire, Ceiça Lima, Chico Místico, Dora Ratis, Edlo Mendes, Edmilson Barros, Eliézer Rolim Filho, Evandro Menezes, Fátima Aguiar, Fernando Rafael, Francisco Lincoln Rolim, Francys Tinoco, Fred 04, Fred Jordão, Fred Lasmar, Gilson Matos, Gustavo Travassos, Hilton Lacerda, Irmãos Evento, Isabel Cristina, Jailson Martiniano, João Demilton.

Bang Bang

BR / sonoro / ficção / 1971 / PB /

Direção e Roteiro: Andréa Tonacci

Elenco: Paulo César Peréio

Um bang-bang urbano em uma Boca do Lixo surreal representando o cinema experimental brasileiro da década de 70, Bang Bang é carregado de metáforas, surrealismo bizarro tupiniquim e uma dose certa (porém demasiada…) de alegorismo. Três bandidos ou três pistoleiros. Três criminosos um tanto estranhos. Um cego, um bacana embecado e o terceiro um travesti. Um cegueta com a sua bengala trombando em tudo e em todos. Um Bang Bang brasílis. A película foi lançada em 1970/71 e a direção é assinado pelo cineasta Andrea Tonacci, seu primeiro longa-metragem, também dirigiu o igualmente experimental curta-metragem Bla Bla Bla. Além de dirigir, Tonacci também é responsável pelo roteiro de Bang Bang. Depois de Bang Bang Tonacci acabou enveredando pelo lamentável caminho da publicidade e propaganda. O filme de Andrea Tonacci, mesmo tendo sido convidado a participar da Quinzena de Realizadores do Festival de Cannes, não conseguiu ser programado no circuito comercial, tendo ficado restrito a exibições em salas alternativas e a alguns cineclubes.

Bárbaro e Nosso

1969

Realização: Márcio Sousa

Cem Oswald Anos: Videovida de um Poeta

1990 / 60 mim/ vídeo

Direção e Roteiro: Adilson Ruiz

Os Condenados

BR / Longa-metragem / Sonoro / Ficção / 1973
80min/ COR/ 35mm

Direção e Produção: Zelito Viana

Elenco: Helber Rangel, Ricardo, Banzo, Lisander, Enio Santos, Antonio Pedro, Fernando José, Rose Lacreta.

Baseada na Trilogia do Exílio de Oswald de Andrade o filme perpassa as aventuras e desilusões de Alma e seus amantes em São Paulo no começo do século XX.