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“A Metáfora Crítica”, de João Alexandre Barbosa

Autor: João Alexandre Barbosa

São Paulo: Perspectiva, 1974 (esgotado)

A noção de presentificação no poema não exclui a de representação. João Alexandre Barbosa, em um exame de diferentes processos literários, teóricos e práticos, desfaz definitivamente, apoiado na noção de metáfora, esse mal-entendido. Para o autor, a metáfora não deve ser vista como simples integrante de um repertório de figuras vazias e sim incorporada ao esforço humano de constituição do real. No poema, porém, esta constituição se realiza como oposição, ou seja, coloca em xeque a validade do próprio mundo como representação. Assim a penetração correta na natureza da metáfora orienta a totalidade do procedimento crítico para o vórtice da especificidade poética, simultaneamente aberta e fechada ao mundo, transitiva e intransitiva. Mallarmé pela óptica de Valéry, o Modernismo de 22, Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, João Cabral, são os temas escolhidos pelo autor, o dado literário concreto onde se imprime a marca de um pensamento crítico novo.

“Mitologia do Kaos”, de Jorge Mautner

Autor: Jorge Mautner

Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2002

Edição luxuosa da obra literária de Jorge Mautner — Mitologia do Kaos — em caixa de três volumes. O primeiro volume traz a Trilogia do Kaos, escrita na década de 1960 e composta pelos livros “Deus da chuva e da morte” (vencedor do Prêmio Jabuti de 1963), “Kaos” e “Narciso em tarde cinza”; o segundo volume reúne os outros oito livros publicados pelo autor, acrescidos do inédito “Floresta verde-esmeralda”; e o terceiro volume, “Trajetória do Kaos”, é uma reunião de entrevistas, depoimentos e textos esparsos do autor, editados em forma de revista e com uma rica iconografia a quatro cores, que se encerra com uma entrevista inédita feita por Caetano Veloso. A caixa traz ainda de brinde um CD inédito com cinco canções do autor, parceiro, entre outros, de Gilberto Gil e Caetano Veloso, gravadas especialmente para este projeto.

“Movimentos Modernistas no Brasil (1922-1928)”, de Raul Bopp

Autor: Raul Bopp

Rio de Janeiro: Livraria São José, 1966 (esgotado).

O escritor Raul Bopp, que participou com Oswald de Andrade da Revista de Antropofagia, escreve sobre os “bastidores” da movimentação cultural brasileira no período.

“Oswald Canibal”, de Benedito Nunes

Autor: Benedito Nunes

São Paulo: Perspectiva, 1979 (reeditado).

Que Benedito Nunes é um dos principais “pontas de lança” da moderna crítica brasileira é hoje um fato amplamente reconhecido e comprovado por suas numerosas e importantes contribuições, quer no campo filosófico-estético, quer no literário-artístico. Por isso não é de surpreender que se possa afirmar plenamente que o presente estudo traz uma visão primordial para compreensão do pensamento de Oswald de Andrade. Nele, Benedito Nunes defende o caráter específico da “antropofagia” oswaldiana, como um ensaio de crítica virulenta, que atinge ao mesmo tempo, visando a desmistificação da história escrita, a sociedade patriarcal a que esta deu nascimento, antecipado intuitivamente toda dialética do momento final do Modernismo brasileiro. Oswald Canibal torna transparente a afirmação de seu Autor, segundo a qual “há coerência na loucura antropofágica e sentido no não-senso de Oswald de Andrade”..

“Pagu, Vida e Obra”, de Augusto de Campos

Autor: Augusto de Campos

São Paulo: Martins Fontes (esgotado).

“Poesia Concreta Brasileira”, de Gonzalo Aguilar

Autor: Gonzalo Aguilar
São Paulo: Edusp, 2005

O movimento da poesia concreta, surgido em meados dos anos de 1950 no Brasil, a obra e a trajetória de seus principais integrantes são os temas abordados neste livro de Gonzalo Aguilar. O autor analisa a atuação do grupo de vanguarda formado por Décio Pignatari, Augusto e Haroldo de Campos e sua produção poética e crítica, consideradas no contexto do modernismo que predominou, com diferentes matizes, no panorama internacional. Interessa ao autor “compreender como as vanguardas criavam um lugar poderoso de produção de sentido que não estava relacionado exclusivamente à escritura, e sim aos processos de recepção, negociação, manipulação e exibição”.

“Primeiro Ato: Cadernos, Depoimentos, Entrevistas (1958-1974)”, de Zé Celso Martinez Corrêa e Ana Helena Camargo de Staal

Autores: Zé Celso Martinez Corrêa (seleção) e Ana Helena Camargo de Staal (organização e notas).
São Paulo: Editora 34, 1998

Tudo o que está aí nós nos perguntamos cada dia. Você poderia fazê-lo e é por isso que estamos arriscando tanto. Você sabe o que é desbunde? Você já saiu do caminho certo? Você sabe qual é o caminho certo? Nós não queremos voltar a ele, sabe? Estamos entre um sim e um não reais. Ou lobotomizam todos os cérebros, ou vamos juntos procurar novos caminhos. Se não se quiser novos e arriscados caminhos, não vamos poder ficar sós, vamos ter que nos lobotomizar. Faremos uma peça cultural com muito ritmo, muito senso, você nos dará todos os prêmios e regressaremos em família ao vazio, à seriedade etc. Mas nem você vai gostar. Você vai precisar dessa nossa imagem arrebentada de exército de Brancaleone.
Zé Celso Martinez Corrêa.

De todas as posturas imagináveis, a de vítima, a do sacrificado que sofre da injustiça ou em nome do ideal, foi a que Zé Celso sempre recusou encenar. Mesmo na pior das situações, em 1974, quando ele escreve S.O.S., em que explicitamente ele pede ajuda, ele não espera compaixão. Mais do que um apelo desesperado, S.O.S. (“sozinhos”) é um convite urgente a um projeto de luta, de união, de reafirmação da nossa humanidade. Aviso de que o mundo é a reinventar, mais do que a justiça restabelecer: “Eu tenho a declarar que a consciência que nasce no teatro é a consciência de gestação de uma nova humanidade”.
Ana Helena Camargo de Staal

“A Prosa Vanguardista na Literatura Brasileira: Oswald de Andrade”, de Kenneth D. Jackson

Autor: Kenneth D. Jackson
São Paulo: Perspectiva, 1978 (1ª edição)

Kenneth David Jackson, professor do Departamento de Espanhol e Português da Universidade do Texas em Austin, defendeu em 1972, sob a orientação do saudoso Jorge de Sena, uma tese de doutoramento intitulada Vanguardist prose in Oswald de Andrade. Dois capítulos dessa tese, devotados à análise do Miramar e do Serafim oswaldianos, precedidos de uma introdução sobre o problema da prosa de vanguarda, constituem a matéria do presente livro. Além de crítico ágil e arguto no plano interpretativo, o autor (em colaboração com Alberto Bork) é responsável pela criativa transposição do Serafim Ponte Grande para o inglês.

“Revista de Antropofagia — 1928-1929”, 1a. e 2a. dentições

Edição facsimile, 1976

A edição que reúne as duas primeiras dentições da revista conta com um introdução escrita por Augusto de Campos, que pode ser lida aqui.

“O Salão e a Selva”, de Maria Eugênia Boaventura

Autor: Maria Eugênia Boaventura
Campinas: Editora Ex Libris, Editora da Unicamp

Uma biografia ilustrada de Oswald de Andrade.

“Sem Receita: Ensaios e Canções”, de José Miguel Wisnik

Autor: José Miguel Wisnik
São Paulo: Publifolha, 2004

A música de José Miguel Wisnik, como sua poesia, realiza de modo novo o cruzamento de erudito e popular, que define complexa e fecundamente a cultura brasileira. Seus ensaios são expressão de uma outra arte, igualmente original, em que a literatura e a música impõem suas demandas e acolhem as respostas de um leitor devotado à compreensão do lugar onde se vive. Sem Receita reúne seus principais ensaios, com uma generosa seleção de letras e uma longa entrevista.

“Seven Faces — Brazilian Poetry Since Modernism”, de Charles A. Perrone

Autor: Charles A. Perrone
EUA: Duke University Press, 1996

“Sobre o Sacrifício”, de Marcel Mauss e Henri Hubert

Autores: Marcel Mauss e Henri Hubert
São Paulo: CosacNaify, 2005.

Dois dos maiores nomes da sociologia francesa da virada do século XIX para o XX, especialistas na história das religiões, examinam a natureza e a função social do sacrifício nas mais diversas culturas. Eles se opõem a trabalhos de seus contemporâneos, que se deixavam levar por explicações históricas simples e comparações incertas, e propõem nova estratégia: estudar fatos tomados de textos sânscritos e da Bíblia, cujos corpos de doutrinas circunscrevem-se a uma época determinada, documentos diretos, escritos na língua e pelos atores dos ritos praticados. Embora as formas do sacrifício sejam muito diversas, todas têm o mesmo núcleo. Desmontar e descrever o mecanismo do ritual, baseado no exemplo o ritual animal védico, é a maneira de atingir e desvendar seu traço de unidade.

“A Sociedade Contra o Estado”, de Pierre Clastres

Autor: Pierre Clastres
Tradução: Theo Santiago
São Paulo: CosacNaify, 2003.
Apêndice: entrevista inédita com o autor, realizada em 1974

Esta coletânea de onze artigos publicados entre 1962 e 1974 por Pierre Clastres (1934-77) constitui um dos mais importantes trabalhos de antropologia política já divulgados. A obra reflete uma reviravolta nas ciências humanas, propiciada nos anos 60 por autores franceses como Claude Lévi-Strauss, Michel Foucault e Gilles Deleuze. Clastres critica a Razão política ocidental, aferrada em noções de dominação e subordinação, e afirma que a sociedade civil pode prescindir da figura do Estado. Para demonstrar essa tese audaz, o autor analisa a experiência de povos indígenas da América do Sul.

“Tabu e Totem”, de Sigmund Freud

Autor: Sigmund Freud
Rio de Janeiro: Imago, 1999.