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Macunaíma

Br / Sonoro / Ficção / 1969
108 min / Cor / 35mm

Direção, roteiro e produção: Joaquim Pedro de Andrade

Elenco: Grande Otelo Paulo José Jardel Filho Milton Gonçalves Dina Sfat Rodolfo Arena Joana Fomm Maria do Rosário Rafael de Carvalho Nazaré O’Hanna Zezé Macedo Wilza Carla Miriam Muniz Edy Siqueira Carmem Palhares Maria Clara Pellegrino Waldir Onofre Hugo Carvana Maria Letícia Guará Rodrigues Carolina Withaker.

Com a adaptação da rapsódia antropofágica de Mário de Andrade, o filme inova a estética do Cinema Novo ao incorporar elementos da chanchada, através da atuação de Grande Otelo, e utilizar o kitsch do Tropicalismo para transfigurar fatos da vida política que invadem o relato épico das andanças de Macunaíma entre figuras da mitologia popular brasileira. Filme emblemático do final da década de sessenta, Macunaíma atualiza o legado do Modernismo e estabelece a tão buscada relação do Cinema Novo com o grande público.

“Brutality Garden: Tropicália and The Emergence of a Brazilian Counterculture”, de Christopher Dunn

Autor: Christopher Dunn

EUA, Carolina do Norte: The University of North Carolina Press, 2001.

“Folha Explica Caetano Veloso”, de Guilherme Wisnik

Autor: Guilherme Wisnik

São Paulo: Publifolha, 2005

Caetano Veloso é, certamente, uma das mais ‘inexplicáveis’ personalidades brasileiras. Não apenas por ser um artista polêmico e camaleônico, cuja força sempre esteve na capacidade de escapar às interpretações convencionais, mas também por se tratar de alguém que não cansou de se auto-explicar ao longo dos seus quarenta anos de vida artística (iniciada em 1965), a ponto de parecer esgotar tudo o que de novo se poderia dizer a seu respeito. Ao mesmo tempo, continua a atrair para si a atenção de um público imenso — dentro e fora do país —, mantendo-se como um foco de controvérsias a exigir sempre novas explicações. Mais um volume da série ‘Folha Explica’, ‘Caetano Veloso’, de Guilherme Wisnik, ainda traz uma cronologia do compositor detalhada e sua completa discografia.

“Tropicália: A Revolution in Brazilian Culture”

Organização: Carlos Basualdo
São Paulo: CosacNaify, 2005 (edição em português prevista para 2006).

Mais do que o catálogo de Tropicália: uma revolução cultural no Brasil – exposição com itinerância internacional montada pelo Museu de Artes Contemporâneas de Chicago, com curadoria de Carlos Basualdo -, este livro apresenta um panorama da cultura brasileira no período entre 1967 e 1972, incluindo as áreas de artes plásticas, música, cinema, arquitetura, teatro, design gráfico e moda. A obra tem vocação para tornar-se uma referência sobre o movimento brasileiro Tropicália, contemporâneo dos movimentos artísticos de ruptura que irromperam no mundo inteiro nos anos 60 e 70. Com uma seleção de textos históricos, imagens e ensaios de reflexão sobre o período, traz contribuições de especialistas nas diversas áreas da cultura brasileira, produzidas especialmente para o volume. Entre outros, podem ser lidos ensaios de Ivana Bentes, Celso Favaretto, Flora Süssekind, Christopher Dunn e Hermano Vianna, além do texto introdutório do curador Carlos Basualdo. A seleção de textos históricos compreende desde textos e manifestos que, embora escritos anteriormente ao período compreendido, compartilham com o Tropicalismo o espírito crítico em relação à cultura brasileira, como o “Manifesto antropofágico”, de Oswald de Andrade, “Vivência do Morro do Quieto”, de Hélio Oiticica, e “Cultura e não cultura”, de Lina Bo Bardi, até a seção que foi chamada, no livro, “Vozes da Tropicália”, com os textos fundadores ou mais diretamente ligados ao movimento, como “O Rei da Vela: Manifesto do Oficina”, de José Celso Martinez Corrêa, “A cruzada tropicalista”, de Nelson Motta e “Tropicália”, de Hélio Oiticica, entre outros. A última parte desta seleção traz textos que interpretam ou fazem um balanço do tropicalismo, alguns mais aderentes, outros mais críticos, porém que ainda guardam o calor do momento, como é o caso de “A explosão de Alegria, alegria”, de Augusto de Campos, “Tropicalismo, antropologia, mito, ideograma”, de Glauber Rocha, “Cultura e política”, de Roberto Schwartz e “Que pensa você do teatro brasileiro”, de Augusto Boal. A obra inclui uma cronologia do movimento, estabelecida por Basualdo.