>> ‘Tribo’

José Roberto Aguilar

Brasil

José Roberto Aguilar nasceu em São Paulo em 1941. Em 1958 já participava da vida cultural brasileira através do movimento Kaos, manifestação vanguardista de Jorge Mautner. Em 1961 realiza sua primeira exposição. Em 1963 é selecionado para a Bienal Internacional de São Paulo. Em 1965, com outros artistas nacionais e internacionais (Hélio Oiticica, com “Parangolés”), participa da famosa mostra OPINIÃO-65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Convidado para a Bienal de São Paulo em 1977, realiza a peça performática “Circo Antropofágico”, com doze monitores de vídeo no palco. Na década de 80 desenvolve grande atividade como pintor, com exposições constantes. É um dos artistas brasileiros com maior participação em mostras no exterior, e com isso reforça sua imagem de multimídia através da criação da Banda Performática e da realização de montagens e espetáculos em praças públicas. Nas décadas de 1990 realiza duas grandes exposições no MAM e no MASP, em São Paulo. Além disso, compõe músicas, grava discos, escreve e edita livros, e atualmente trabalha como representante do ministério da Cultura em São Paulo.

Laura Vinci

Brasil

Laura Vinci — Entre seus recentes trabalhos, destaca-se a exposição individual na Galeria Nara Roesler, em julho-agosto de 2003. A artista apresentou obras em metal, vidro e uma grande instalação em gelo, a partir da qual o crítico Rodrigo Naves escreveu o ensaio “Mona Lisa no meio do redemoinho” (Novos Estudos n.67, Nov. 2003). Ainda no ano passado, foi selecionada para uma das 17 exposições individuais — Statements — da prestigiosa Feira Miami — Basel, com um trabalho em vidro e vapor. Em 2004, convidada pelo Centro de Arte Contemporânea, Pallazzo delle Papesse, em Siena, onde realizou especialmente para o espaço Caveau — antigo cofre no subsolo da instituição — uma instalação intitulada “Máquina do mundo” — espécie de ampulheta horizontal e maquínica, que produz movimentos em areia. Na Bienal de São Paulo, 2004, Laura Vinci apresenta o trabalho “Warm White”, composto de bacias de mármore com vapor, tubos de vidro e mangueiras plásticas. Durante o período da mostra da XXVI Bienal, participa ainda das exposições coletivas Still Life-Natureza-Morta, na Galeria de Arte do Sesi, e Fotografia e Escultura do Acervo do MAM: 1995-2004 no Museu de Arte Contemporânea.

Manuela Carneira da Cunha

Portugal

Manuela Carneiro da Cunha é professora de Antropologia na Universidade de Chicago desde 1994. Estudou Matemática e depois Antropologia em Claude Lévi — Strauss. Foi professora titular na USP e na UNICAMP, onde se doutorou. Entre 1986 e 1988 foi presidente da Associação Brasileira de Antropologia, e atualmente é membro da Academia Brasileira de Ciências. Trabalhou com questões sobre sociedades indígenas da Amazônia — sua história e da legislação indigenista brasileira — e agora dedica-se especialmente a questões de direitos intelectuais de populações tradicionais. Entre seus livros figuram Os Mortos e os Outros, Negros, estrangeiros, uma obra sobre os escravos alforriados no Brasil e sua volta à África Ocidental, Os direitos do Índio e Antropologia do Brasil. Organizou o livro História dos Índios e do Indigenismo no Brasil e, juntamente com Mauro de Almeida, outro sobre os conhecimentos tradicionais de índios e seringueiros do Alto Juruá, no Acre, A Enciclopédia da Floresta.

Marilda Aparecida Delegais

Brasil

Maria Aparecida Delegais é cozinheira e filha-de-santo. Com 18 anos de experiência em culinária, trabalhou em bufês e restaurante e atualmente cozinha no Estúdio Oficina — Paraíso, banquetando José Celso e seus convivas. Tem habilidades em culinária vegetariana, japonesa, alemã e massas em geral, incluindo receitas próprias. Filha e Amante de Santo, há 34 anos na Umbanda e 6 no Candomblé, dedica sua acolhida e aprendizado religioso ao Pai-de-santo Alamassangi. Em sua longa caminhada espiritual, aprendeu a cozinhar comida para os santos, principalmente na Umbanda. Destaca-se em seus dotes culinários ofertados aos Orixás o preparo de acarajés, vatapás, abarás, frangos, bodes, cabritos e mulucuns. Ressalta que o Bori preparado para o EIA! é símbolo daquele sagrado que é feito para o Orixá. Um ‘Bori D’Água’.

Suely Rolnik

Brasil

Suely Rolnik, brasileira, é psicanalista, ensaísta e professora titular da pós graduação em Psicologia Clínica da PUC/SP, onde coordena o Núcleo de Estudos da Subjetividade Contemporânea. Exilou-se em Paris por dez anos (1970-79), onde diplomou-se em Filosofia, Ciências Sociais e Psicologia e teve uma formação psicanalítica. É desta época, o início de sua relação com Deleuze e Guattari, quando traduziu parte de sua obra para o português, além de publicar, com Guattari, um livro, clínica de La Borde e dos movimentos que agitaram a Psiquiatria nos anos 70. Data também deste período sua amizade com a artista brasileira Lygia Clark, cuja última obra, Estruturação do Self, foi tema de sua tese na França (1978) — e de um texto da artista publicado com sua colaboração (1980), além de uma pesquisa que vem desenvolvendo em vários textos e que hoje é o foco de uma exposição de sua curadoria no Musée de Beaux-Arts de Nantes. O tema principal de Rolnik são as políticas de subjetivação na atualidade, tratadas de um ponto de vista contemporânea em sua interface com a política e a clínica.

Tadeu Jungle

Brasil

Tadeu Jungle formou-se em rádio e Televisão na ECA-USP e fez mestrado na San Francisco State University, Estados Unidos. No final dos anos 70 indicou o movimento de graffitti poético nos muros da cidade de São Paulo. É co-fundador do grupo de vídeo experimental TVDO. Participou da XXIV Bienal Internacional de São Paulo. Tem vários trabalhos dentro da coletânea “Made in Brasil, três décadas de vídeo brasileiro”. Foi o apresentador do programa A Fábrica do Som na TV Cultura, SP, que revelou uma nova safra de músicos e compositores como Titãs e Ultraje a Rigor. Escreveu a primeira coluna especializada em vídeo na imprensa diária (Folha de S. Paulo) e fundou a primeira escola de vídeo do país. Dirigiu 4 DVDs de peças do Teatro Oficina, sob a direção de Zé Celso Martinez Corrêa. Desde 1992 dirige filmes publicitários e videoclipes e hoje é sócio da produtora Academia de filmes. Desde 2000 realiza trabalhos sobre o suporte fotográfico, tendo um projeto na internet em andamento há 2 anos: www.tadeujungle.com.br/segunda .

Victor Lema Riqué

Uruguai

Victor Lema Riqué nasceu em Montevideo, Uruguai, e lá realiza seus estudos, até a universidade. Em 1979 ganha uma bolsa de estudos na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). A partir de 1989 começa a expor seus trabalhos em galerias e museus da América Latina, Europa e Estados Unidos. Entre 1991 e 1995 divide sua residência entre São Paulo e Paris, onde passa longas temporadas produzindo e expondo seus trabalhos. Depois de 1997, quando apresenta a exposição Mistério no Bairro: O Famoso do Caso do Maníaco da Caixa de Fósforos, seu trabalho toma um rumo multimídia, que é atualmente seu método de trabalho. Cria a produtora experimental e independente Tormenta. De forma paralela tem realizado outros trabalhos com a direção da exposição O Mundo de Jean Cocteau (FAAP, 1997), a direção de arte do curta-metragem “Uma História de Futebol”, várias vezes premiado e selecionado ao “Oscar” da categoria. Também escreve artigos para jornais e revistas.

Walter Silveira

Brasil

Walter Silveira nasceu em São Paulo em 1955. Graduou-se em Rádio e TV pela ECA/USP; atua como profissional de televisão e diretor de programas, é artista gráfico e videopoeta. Na área de TV, fundou a primeira escola de vídeo da país, “The Academia Brasileira de Vídeo”. Como videoartista, vem realizando projetos experimentais com suporte eletrônico desde 1977. Vários vídeos de Walter Silveira integram a coletânea “Made in Brasil — 30 anos da vídeo-arte no Brasil”, organizada por Arlindo Machado. Participou da XVII e da XXIV Bienais Internacionais de São Paulo, da “II Bienal do Mercosul” em 1998, e do “Salão do Livro de Genebra” em 2002, em evento dedicado aos 50 anos de Poesia Concreta. Em 2001 publicou o livro “Posterbook Walt B. Blackberry”, e em 2003 participou da exposição “Palavras Extrapolada”, no Sesc Pompéia. Campos desenvolveu o espetáculo intermídia “Poesia é Risco”, apresentado desde 1996 em várias cidades brasileiras, na França Suíça, Holanda e Estados Unidos. Em 2004 expõe na “Arte e Meios”, no Instituto Cultural Itaú. Em 2005, no Rio de Janeiro, participou da exposição “Corpos Virtuais” no Centro Cultural Telemar. Em Campinas, expôs no Espaço Cultural CPFL, na mostra “Afinidades Eletivas”. Atualmente, em conjunto com outros artistas se apresenta no espetáculo de poesia, música e imagem “POEMIXBR”.

Zé Celso Martinez Correa

Brasil

Zé Celso Martinez Corrêa é diretor, ator e dramaturgo. Já encenou mais de 50 espetáculos e foi um dos fundadores do Teatro Oficina, uma das companhias brasileiras mais importante e atenta à realidade. Hoje a companhia dirigida por Zé Celso é o Teatro Oficina Uzyna Uzona, que recentemente fez uma temporada de sucesso no Volksbuhne, em Berlim. Na década de 1960, encenou espetáculos considerados antológicos, tais como “Pequenos Burgueses”, “Roda Viva” e “Na Selva das Cidades”. Em 1967, após um incêndio no Teatro Oficina, o diretor monta O Rei da Vela, peça de Oswald de Andrade — posteriormente transformada em filme pelo próprio Zé Celso. A montagem é um marco histórico, influencia toda uma geração e pode ser considerada um “divisor de águas” da cultura brasileira. Fechado desde 1974, o Teatro Oficina é reinaugurado em 1993 — após reforma assinada pela arquiteta Lina Bo Bardi — com a estréia de Ham-let, uma adaptação contemporânea do texto de Shakespeare.  Em 1995 monta Mistérios Gozozos de Oswald de Andrade, em 1996 As Bacantes, de Eurípedes, e em 1999 Cacilda!, de sua autoria. Em 2001, José Celso inicia a realização de um sonho antigo, a montagem na íntegra do épico de Euclides da Cunha, através da estréia da primeira parte de Os Sertões, “A Terra”, e segue com “Os Sertões — O Homem I — Do Pré Homem a Revolta”, “Os Sertões — O Homem II — Da Revolta ao Trans-Homem”, e “Os Sertões — Aluta I”. Atualmente, ensaia “Os Sertões — A Luta II”.